segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Cantinho da leitura.


Leitura é habito - Júlia Dantas.

Quando eu tinha 9 anos, fui apresentada ao Ziraldo por uma professora que até hoje admiro muito, fiquei encantada pelo O menino maluquinho e depois desse empurrãozinho, não parei mais de ler.
Depois de tanto tempo, por acaso, uma professora decidiu "se livrar" de alguns livros e então me reencontrei com a obra que me fez ficar apaixonada pela leitura, não hesitei em compra-lo pela mixaria de 5 reais. Cheguei em casa, e fui logo correndo mostra-lo a minha sobrinha, não surtiu muito efeito, já que ela estava jogando no seu tablet, resolvi não insistir já que aquele não era o nosso horário habitual de leitura. Fui pra aula e fiquei me perguntando se nela surtiria o mesmo efeito que surtiu em mim quando o li pela primeira vez. Assim que cheguei, disse que leríamos a historia de um menino muito sapeca, ela foi logo dizendo que queria continuar a assistir desenho e que leríamos amanhã, como aquele era o nosso horário de leitura insisti até que ela cedesse.  
Começei a ler, e ela estava minimamente interessada, até que começou a surgir as figuras que prenderam sua atenção totalmente, nessa edição o livro tem 106 paginas, com muitas figuras o que fez ela gostar ainda mais do livro. Foi uma leitura rapida e quando me dei conta já tinhamos terminado o livro todo. Assim que parei de ler ela perguntou porque eu havia parado, expliquei que já havia terminado então ela me disse "Ninine eu acho que eu gosto do menino maluquinho, a gente pode ler só mais um pouquinho?". Minha reação como uma boa leitora, que tenta a todo custo habituar a sobrinha desde cedo a ler, foi de extrema felicidade, fiquei impressionada com o que esse livro é capaz de fazer quando uma criança o lê. Não é a toa que o livro de Ziraldo é um classico.
Não é tão fácil habituar uma criança de 3 anos a ler, mas não é impossível, criança gosta de brincar, assistir desenho, se movimentar e ficar parada por meia hora se quer para ficar ouvindo historias é muito difícil para elas, mas quanto mais cedo esse habito começa a ser criado, melhor será para ela. 
O efeito que o livro surtiu em mim, felizmente, também surtiu nela, espero que assim como eu, ela não desgrude mais dos livros.

Aline Dantas.

sábado, 17 de agosto de 2013

Frases de livros.


Hora do poema: Vinicius de Moraes.


De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Poesia marginal: Bernardo Vilhena.




Tire a faca do peito
e o medo dos olhos
Ponha uns óculos escuros
e saia por aí. Dando bandeira


Tire o nó da garganta
que a palavra corre fácil
sem desculpas nem contornos
Direta: do diafragma ao céu da boca


Tire o trinco da porta
liberte a corrente de ar
Deixe os bons ventos levantarem a poeira
levando o cisco ao olho grande


Tire a sorte na esquina
na primeira cigana ou no velho realejo
Leia o horóscopo e olhe o céu
lembre-se das estrelas e da estrada
Tire o corpo da reta
e o cu da seringa
que malandro é você, rapaz
o lado bom da faca é o cabo


Tire a mulher mais bonita
pra dançar e dance
Dance olhando dentro dos olhos
até que ela morra de vergonha


Tire o revólver e atire
a primeira pedra
a última palavra
a praga e a sorte
a peste, ou o vírus?

Silencio - Karen Debértolis.


O silêncio dói muito mais na pele do inimigo que o grito
Pousa assim, cálido, como uma resposta sem pontuação
Deita suave nas concavidades dos ouvidos.
Desconcerta.
Desmancha certezas.
Hospeda pulgas atrás das orelhas
Arma afiada
Toque lancinante
Estratégia zen
Linguagem de deuses da arte da guerra.